Todo excesso faz mal à saúde. Com o consumo de bebidas alcoólicas, os efeitos são ainda mais tóxicos e prejudiciais ao funcionamento dos órgãos do corpo humano. O coração, é claro, não fica imune às doses abusivas e, como consequência, pode desenvolver a chamada cardiomiopatia alcoólica. Nesta doença cardiovascular, o músculo cardíaco é enfraquecido e danificado em razão da alta toxicidade do álcool que age sobre ele.
Sabemos que nos dias mais frios de outono e inverno, o consumo de bebidas alcoólicas tende a aumentar. Vinho, conhaque, whisky e outros tipos se tornam mais frequentes nas mesas. A busca, muitas vezes, é por aquela sensação de “esquentar” que essas bebidas podem provocar no corpo. No entanto, não é bem isso que ocorre com a ingestão excessiva do álcool. Para alertar sobre a cardiopatia alcoólica, seus danos ao coração e como evitar, preparamos este artigo.
Acompanhe a leitura e proteja seu coração no frio.
Mais frio, mais álcool
Para começar, vamos falar sobre a tendência de um consumo maior de bebidas alcoólicas nos dias mais frios do ano. Segundo pesquisas do setor, no inverno, bebidas como vinho, conhaque, vodca e cachaça têm aumento de consumo em mais de 30%.
Em relação ao vinho, especificamente, os responsáveis por vinícolas no Brasil afirmam que o consumo do produto, no inverno, aumenta entre 30% a 35% quando comparado com a demanda do verão.
Assim, é fato que o clima mais ameno convida para degustar uma bebida considerada quente, como as citadas acima. As reuniões de amigos e familiares em casa e o fator social com a retomada dos eventos colaboram para esse aumento do álcool quando a temperatura cai.
No entanto, há ainda a questão daquela ideia sobre consumir bebidas alcoólicas, principalmente as destiladas, para esquentar. Mas, veremos a seguir que o efeito para o corpo pode ser, na verdade, bastante prejudicial. Veja só.
O que é a cardiopatia alcoólica?
Agora, vamos falar sobre a cardiomiopatia alcoólica, uma doença cardíaca consequente do abuso de álcool a longo prazo. A cardiopatia alcoólica está relacionada ao enfraquecimento do músculo cardíaco, afetando sua capacidade de bombear sangue. Esse dano ao músculo se apresenta, quase sempre, quando há a ingestão crônica e frequente de bebidas alcoólicas, relacionada à deficiente absorção de tiamina (vitamina B1).
Assim, temos um mal funcionamento cardiovascular e uma consequente sobrecarga do coração, o que pode levar à progressiva falência de sua função essencial de bombear o sangue por todo o organismo.
Desse modo, as principais funções do corpo são afetadas por essa falta de fluxo sanguíneo adequado. Como resultado, podemos ter uma insuficiência cardíaca e outros problemas graves de saúde que colocam a vida em risco.
Um estudo espanhol apontou que a cardiopatia alcoólica está relacionada ao consumo pesado e crônico de álcool – de pelo menos 120 g por dia ao longo de 20 anos. Vale destacar que a cardiomiopatia alcoólica, geralmente, ocorre com mais frequência em pessoas jovens, entre os 30 e 35 anos de idade.
Quais os sintomas da cardiopatia alcoólica?
Como reconhecer a cardiomiopatia alcoólica? Bem, nem sempre ela se manifesta com sintomas. Mas, quando há sinais, geralmente, estão relacionados à ocorrência de insuficiência cardíaca, que incluem:
- fadiga;
- falta de ar;
- inchaço das pernas e pés;
- fraqueza;
- tonturas ou desmaios;
- perda de apetite;
- dificuldade em se concentrar;
- pulso rápido e irregular;
- tosse com muco rosa e espumoso;
- mudança na produção de urina.
Como prevenir a cardiopatia alcoólica?
Como formas de prevenção da cardiopatia alcoólica, podemos destacar:
- redução no consumo de álcool;
- controle a pressão arterial elevada;
- prática de atividade física regular;
- visitas regulares ao Médico Cardiologista.
Outras doenças relacionadas ao álcool e coração
Para encerrar este artigo, vamos destacar outras doenças cardiovasculares que podem ser associadas ao álcool. De acordo com um estudo publicado pelo periódico European Heart Journal, a ingestão de apenas um drinque pode aumentar o risco de irregularidades no batimento cardíaco.
Segundo a pesquisa, pessoas que consumiam apenas 12 g de álcool por dia (um copo de vinho de 120 ml, 330 ml de cerveja ou 40 mls de um destilado) tinham 16% mais chances de desenvolver arritmia cardíaca, principalmente, a fibrilação atrial, do que as pessoas que não bebiam nada.
Em alguns casos, curiosamente, as arritmias foram diagnosticadas em pessoas com o coração aparentemente saudável, indicando que o álcool seria o responsável por provocar alterações no sistema de condução elétrica do músculo cardíaco.
Já um artigo publicado no Journal of Internal Medicine trouxe uma revisão crítica de estudos anteriores e apontou a relação de cada doença cardiovascular com o consumo de álcool. Entre elas, estavam, além da cardiomiopatia alcoólica (CMA), a hipertensão arterial sistêmica (HAS), a doença arterial coronariana (DAC) e o acidente vascular cerebral (AVC).
Então, como podemos ver, o coração pode ser afetado de várias formas pelo consumo excessivo de álcool. A recomendação é a de sempre ter consciência e responsabilidade na ingestão de bebidas alcoólicas, evitando exageros e buscando um estilo de vida mais saudável e benéfico ao coração, certo?
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Fontes: