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Novembro azul: problemas no coração e o diagnóstico de câncer de próstata
Novembro azul: problemas no coração e o diagnóstico de câncer de próstata
Novembro azul: problemas no coração e o diagnóstico de câncer de próstata
Conscientizar é verbo para alertar. Novembro é o mês escolhido para a conscientização sobre o câncer de próstata, suas causas, sintomas e formas de prevenção. A doença é uma das que mais afeta as pessoas do sexo masculino, principalmente a partir dos 65 anos, e  está relacionada também às doenças cardiovasculares.   Por isso, além da tomada de consciência a respeito do câncer de próstata, a conscientização em relação à saúde do homem deve incluir também os problemas no coração, que podem ser preexistentes e agravados pela presença do câncer. As questões que comprometem o músculo responsável pelo pulsar da vida podem ainda surgir como efeito das terapias utilizadas no tratamento do tumor.    Para falar sobre o câncer de próstata e da sua relação com os problemas cardiovasculares, preparamos este artigo. Acompanhe a leitura, se informe, busque atendimento e cuide da sua saúde sem tabus, durante o ano todo.   

Incidência do câncer de próstata no Brasil 

  De início, vamos olhar para o número de casos e a incidência do câncer de próstata no Brasil. Depois do tumor de pele não-melanoma, o de próstata é o mais incidente nas pesssoas do sexo masculino, em todas as regiões do país.   De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), são estimados aproximadamente 66 mil novos registros de casos de câncer de próstata para cada ano entre 2020 e 2022.    O número significa 62,95 casos a cada 100 mil homens, com base nos dados de fevereiro de 2020. Ainda segundo o INCA, 75% dos casos de câncer de próstata ocorrem em homens a partir dos 65 anos.    Mas algo que pouca gente sabe é que a causa de morte não-oncológica mais comum entre esses pacientes está relacionada às complicações cardiovasculares.   Por isso, quando durante o Novembro Azul há o alerta para a prevenção do câncer de próstata, nós nos unimos ao coro e alertamos sobre a importância de cuidar da saúde do coração em conjunto.   Vale sempre lembrar que o corpo humano é um todo, integrado, e suas funções são interdependentes. O olhar e a assistência à saúde devem ser globais para garantir o equilíbrio e o bom funcionamento desse organismo vivo. 

Mas o que é o câncer de próstata?

  Agora que sabemos da ocorrência significativa do câncer de próstata no Brasil e no mundo, vamos à definição, de forma geral, do que é o tumor que afeta a próstata.   A próstata é a glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, o canal responsável pela ligação entre a bexiga e o orifício externo do pênis.   O câncer é uma lesão que causa o aumento desta glândula, chamado de hiperplasia, e faz com que o canal da uretra fique pressionado ou até obstruído. Esse efeito é o que gera os principais sintomas da doença.   O câncer de próstata tem tratamento e, geralmente, progride lentamente ao longo de anos – e às vezes até por décadas.   

Sintomas do câncer de próstata

  Como dissemos acima, o câncer de próstata pode se desenvolver por anos e, na fase inicial, pode não apresentar sintomas. Por isso, os exames preventivos e as consultas de rotina são fundamentais para o diagnóstico precoce da doença.   No entanto, quando o câncer de próstata se manifesta, os sinais mais comuns que podemos destacar são:  
  • dificuldade de urinar;
  • demora em começar e terminar de urinar;
  • presença de sangue na urina;
  • diminuição do jato de urina;
  • necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
 

Fatores de risco do câncer de próstata 

  Apontar as causas de um câncer não é fácil, pois a origem de um tumor pode estar associada a diversas condições.     No caso do câncer de próstata, há alguns fatores de risco que podem aumentar as chances de um homem desenvolver a doença. Entre eles, estão:  
  • Idade

  O risco de câncer de próstata aumenta com o avanço da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos.  
  • Histórico familiar

Pessoas do sexo masculino com o pai, avô ou irmão com histórico de câncer de próstata anterior aos 60 anos estão dentro do grupo de risco.  
  • Sobrepeso e obesidade

Estudos mostram que a obesidade está relacionada ao maior risco de desenvolver câncer de próstata. Aqui podemos inserir também a má alimentação com excesso de sal e gordura e pobre em legumes, vegetais e frutas.  

Câncer de próstata e doenças do coração: qual a relação?

  Depois de conhecer as possíveis causas e os sinais do câncer de próstata, vamos agora para a relação existente entre o tumor e as doenças cardiovasculares   Estudos indicam que cerca de 33% dos pacientes oncológicos já possuem algum problema no coração no momento do diagnóstico do câncer (ainda que sem sintomas).   O que há em comum é que na maioria dos casos, o paciente apresenta múltiplos fatores de risco que são comuns às doenças do coração e ao aparecimento do câncer, como falamos bem acima: histórico familiar, obesidade, sedentarismo, colesterol ou pressão alta, diabetes e tabagismo.    Mas, a ligação entre câncer de próstata e coração vai além. Isso porque o próprio tratamento oncológico, conhecido como quimioterapia ou terapia de privação androgênica (ADT, sigla em inglês que significa “Androgen Deprivation Therapy”), pode ser causador de eventos cardiovasculares.   Em estudos recentes, foram identificadas uma série de complicações metabólicas em pacientes tratados com a terapia de bloqueio androgênico como: aumento da circunferência abdominal, resistência à insulina, hiperglicemia, diabete, dislipidemia e síndrome metabólica com consequente aumento do risco de eventos coronarianos e mortalidade cardiovascular em população específica.    Entre as pesquisas, destacamos o estudo “Androgen deprivation therapy for localized prostate cancer and the risk of cardiovascular mortality” que, ao analisar mais de 1.000 pacientes submetidos a bloqueio androgênico, observou uma incidência cumulativa de morte cardiovascular em cinco anos de 5,5% naqueles com mais de 65 anos de idade.    Esta incidência, no entanto, foi significativamente menor nos pacientes que não faziam uso da terapia de bloqueio, com risco de 2,0%, e para aqueles com menos de 65 anos, com 3,6% de risco.   Para entender melhor, a terapia de privação androgênica trata-se da redução dos níveis do hormônio testosterona por meio do uso de medicamentos.   Este tratamento anti-hormonal pode acentuar os fatores de risco preexistentes, já citados aqui, e até mesmo levar à ocorrência de doenças no coração, como mostram as pesquisas.   Mas, apesar disso, é fundamental destacar que a terapia de privação androgênica é eficiente e é capaz de reduzir a mortalidade dos pacientes com câncer de próstata em 40%.   Diante disso, pacientes com diagnóstico de câncer de próstata e que estejam passando por tratamento oncológico devem ter, desde o início, o acompanhamento de um Médico Cardiologista para assegurar o cuidado e a proteção do coração no atravessamento do tumor.    Por fim, com a união das medidas de prevenção e de tratamento, é possível realizar diagnósticos precoces e instituir as terapias mais adequadas quando detectada a presença de complicações.    Conte com os médicos especialistas em Cardiologia da CCR Med para preservar a saúde do seu coração. Acesse nosso blog e veja outras dicas para mais qualidade de vida e bem-estar 🙂   Fontes:  Ministério da Saúde  Riscos cardiovasculares do bloqueio androgênico  

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