| Blog da CCR med

Trombose: sintomas, prevenção e a relação com a saúde do coração
Trombose: sintomas, prevenção e a relação com a saúde do coração

De pernas para o ar! A trombose afeta, em maior parte, os membros inferiores e uma das principais fatores de risco da doença está, justamente, no fato de ficar muito tempo com as pernas para baixo, estáticas, sem qualquer movimento. A trombose é uma doença ligada à formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas. 

Trata-se, assim, de uma questão de saúde vascular, já que o coágulo formado pode bloquear o fluxo de sangue e causar inchaço e dor na região. A trombose pode, ainda, se agravar no momento em que um coágulo se desprende e se movimenta pela corrente sanguínea, gerando uma embolia. Neste caso, a embolia pode se alojar em órgãos vitais, como cérebro, pulmões e coração, e causar lesões graves. 

Por isso, quando se trata de trombose, todo cuidado é pouco. Ainda que possa parecer uma pequena dor nas pernas, é preciso ficar atento, investigar e contar com acompanhamento médico. Para falar mais e esclarecer, inclusive, alguns mitos sobre a trombose, preparamos este artigo. Boa leitura!

O que é trombose? 

De início, vamos entender melhor o que é trombose. Como falamos acima, trata-se de uma doença que ocorre quando há formação de coágulos. Em geral, eles se formam nos membros inferiores e possuem uma estrutura sólida e amolecida. 

Dessa maneira, um fragmento amolecido do coágulo pode se desprender e pegar carona na circulação venosa – aquela que retorna aos pulmões para que o sangue possa ser oxigenado. 

Uma vez nos pulmões, dependendo do tamanho do coágulo – ou do trombo, como é chamado nesse momento -, pode-se ter a ocorrência de uma embolia, complicação grave que pode ser fatal. 

Por isso, é fundamental ficar atento a qualquer sinal de edema ou inchaço em uma perna apenas, acompanhado ou não de dor. Outro alerta é quando há um empastamento muscular da panturrilha, ou seja, quando a batata da perna fica dura, levando a uma dificuldade de movimento. 

A seguir falaremos mais sobre os principais sinais da trombose para que você possa procurar por acompanhamento médico o mais rápido possível. 

Trombose no Brasil 

Em relação aos índices de trombose no Brasil, especialistas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular apontaram que a doença atinge cerca de 180 mil pessoas por ano.

Para reduzir os casos de trombose, aumentar a conscientização sobre a doença, incrementar medidas para prevenção – baseada em evidências –  e incentivar a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença trombótica,​ a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu, no ano passado, uma meta global para reduzir em 25% o número de mortes prematuras por doenças não infecciosas até 2025

A trombose faz parte desse grupo de doenças e, para que isso aconteça, é fundamental focar em medidas que levem informação e esclarecimento às pessoas sobre suas causas e o que é possível fazer para preveni-la. 

Esse é o objetivo principal de nosso artigo. Continue a leitura e saiba como cuidar melhor da sua saúde.  

Qual a relação da trombose com o coração?

 

Bem, mas qual a relação da trombose com a saúde do coração e as doenças cardiovasculares? Para explicarmos essa ligação, precisamos primeiro dizer que existem três formas conhecidas de trombose: a trombose venosa profunda, a trombose arterial e a trombose hemorroidária.

  • Trombose venosa profunda 

Trata-se da forma mais comum de trombose, que se dá pela formação de um coágulo sanguíneo em veias localizadas da parte inferior do corpo, geralmente, nas pernas. 

O também chamado tromboembolismo venoso (TEV) pode variar de 50 a 200 casos por 100.000 habitantes por ano no mundo todo

  • Trombose arterial

Esta forma de trombose está relacionada diretamente com a saúde do coração, pois, neste caso, além da trombose venosa profunda, há também trombos que se formam nas artérias, como nas do coração ou do cérebro, causando um bloqueio completo delas.

Dessa forma, quando ocorre uma obstrução total de artérias do cérebro, por exemplo, temos o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Nessas situações, o sangue não chega à região e o corpo pode sofrer um infarto cerebral fatal. 

  • Trombose hemorroidária

A terceira forma de trombose é caracterizada pela formação aguda de trombos e o quadro implica no desenvolvimento de um nódulo com edema e de coloração arroxeada na margem anal. Geralmente, é acompanhado de dor muito forte. 

Fatores de risco para trombose e perfil dos pacientes 

Agora que conhecemos as formas de trombose, vamos ver quais os fatores de risco e qual parte da população ela tende a se manifestar mais. 

Na questão da incidência entre homens e mulheres, a trombose parece não mostrar predileção por um sexo ou outro. Alguns estudos mostram a razão de 1,2:1 homem para mulher, enquanto outras pesquisas trazem exatamente o inverso. 

Já em relação à idade dos pacientes, a trombose venosa profunda é mais comum após os 40 anos de idade, havendo aumento exponencial com a idade. 

Dessa forma, entre 25 e 35 anos a incidência de trombose é de cerca de 30 casos a cada 100 mil pessoas ao ano. Já entre as idades de 70 a 79 anos, os números chegam a até 500 casos a cada 100 mil pessoas anualmente.

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da trombose, podemos destacar:

  • trombofilias (doenças do sangue que já levam a predisposição);
  • predisposição genética;
  • cirurgias;
  • traumatismos;
  • gravidez e puerpério;
  • imobilidade ou paralisia;
  • câncer;
  • reposição hormonal;
  • AVC prévio;
  • infeções graves;
  • quimioterapia;
  • obesidade;
  • varizes;
  • cigarro;
  • anticoncepcionais;
  • infarto do miocárdio (outra relação entre trombose e a saúde do coração). 

Quais os sintomas da trombose?

Há casos em que a trombose venosa profunda é totalmente assintomática, mas quando ela se manifesta, as principais demonstrações do corpo são:

  • dor;
  • calor;
  • vermelhidão;
  • rigidez da musculatura na região em que se formou o trombo.

Ficar atento aos sintomas logo nas primeiras ocorrências é fundamental para o diagnóstico precoce e o sucesso do tratamento, além de evitar possíveis complicações, como vimos nos casos de embolia.  

Como evitar a trombose?

 

Um estilo de vida mais saudável, com prática regular de atividade física, alimentação equilibrada e longe do cigarro, é uma das maneiras mais eficazes de manter a saúde do coração em dia. 

No caso da trombose, não é diferente. É possível evitar a doença por meio de medidas preventivas que podem ser adotadas no dia a dia. Veja só:

  • deixe de lado o cigarro, pois os componentes do cigarro lesam veias e artérias;
  • movimente-se e procure, ao longo do dia, fazer pequenas caminhadas;
  • pratique exercícios físicos regularmente;
  • se trabalha muitas horas sentado, lembre-se de se levantar para andar um pouco, esticar as pernas, tomar uma água ou café, ir ao banheiro, dar um respiro;
  • se tem varizes, você pode usar meias elásticas;
  • procure assistência médica sempre e de imediato ao apresentar algum dos sintomas já citados aqui.

Qual a relação entre anticoncepcionais e trombose?

Há uma dúvida sempre recorrente em relação ao uso de pílulas anticoncepcionais e a trombose. E a preocupação de algumas mulheres é real, pois certas pílulas, principalmente as combinadas com estrogênio, estão relacionadas ao aumento do risco de trombose. 

Se a mulher tem outros fatores de risco, como a predisposição genética, por exemplo, o risco de trombose venosa pode aumentar de três a oito vezes. Já no caso das fumantes, o risco é ainda mais alto e, por isso, devem ter orientação médica para escolher um método anticoncepcional mais adequado. 

Trombose e viagens de avião 

Por fim, a trombose está relacionada também com outra questão: as viagens de avião de longa duração. Há quem acredite que trata-se de um mito. Mas é verdade.  

Há sim, o risco de formação de coágulos nessas situações, já que, com a perna estática e para baixo, não há estímulo da musculatura da panturrilha. Esta musculatura é responsável por auxiliar no bombeamento do sangue das pernas de volta ao coração. Ou seja, tem papel vital no sistema cardiovascular. 

A consequência da imobilidade da perna por um longo período e da ausência de estímulo na musculatura da panturrilha pode ser a formação de coágulo – do trombo – na região dos membros inferiores. 

Então, em voos longos, quando possível, a orientação é levantar e caminhar um pouco pelo corredor ou, mesmo sentado, fazer movimentos circulares com os pés de tempos em tempos. 

Outra recomendação, em casos de pessoas com fatores de risco e predisposição à trombose, é o uso de meias elásticas de compressão. Mas lembre-se sempre de pedir a orientação de um Médico nessas situações. 

As informações sobre trombose foram úteis para você? Conte com a CCR e nosso corpo clínico para proteção e cuidado da saúde do seu coração. Nós aqui queremos dividir conhecimento para seu melhor viver. Confira outras informações e dicas em nosso blog.

CONTEÚDOS RELACIONADOS