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Síndrome de Burnout e o coração

Exaustão. Esgotamento. Mal-estar. Sensação de desespero. A Síndrome de Burnout é caracterizada pelo extremo. Definida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma doença ocupacional, o fenômeno é resultado da sobrecarga e do estresse gerados pelo trabalho. No final do ano, o acúmulo de compromissos e de atividades é ainda maior, o que acentua a cobrança e a pressão. 

 

Diante de um estado emocional abalado, o corpo reage com sintomas físicos e o coração acaba por sentir as consequências. A saúde cardíaca, inclusive dos mais jovens, é afetada pela Síndrome de Burnout, já que trata-se de um mal que leva às pessoas a um colapso físico e mental. Frente à “pane total”, o sistema cardiovascular, que atravessa todo o corpo, sente o baque e também começa a apresentar sinais de alterações e a pedir socorro. 

 

Por isso, para entender melhor a relação entre Burnout e o coração e para saber como mantê-lo protegido da correria do trabalho e das tarefas a se cumprir, preparamos este artigo. Acompanhe a leitura e cuide-se. 

 

O que é a Síndrome de Burnout?

 

Para começar, vamos entender o que é a Síndrome de Burnout. Em inglês, o termo pode ser traduzido como “queimar por completo”. Assim é a doença, também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional. Trata-se de um distúrbio emocional que apresenta sintomas de exaustão extrema, estresse, depressão e esgotamento físico.

 

Todas essas alterações físicas e mentais são resultado da soma de situações de trabalho desgastante, nas quais há excessos de cobrança, de pressão, de demanda por produtividade e de uma performance que vai além das possibilidades humanas. O corpo reage, a cabeça entra em colapso e há um agravamento de condições pré-existentes. 

 

De acordo com pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA), no Brasil, a Síndrome de Burnout acomete 30% dos cerca de 100 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. 

 

Quais os sintomas da Burnout?

 

Mas como reconhecer que o cansaço está extremo? Como saber se o acúmulo de tarefas, obrigações e papéis está levando ao colapso físico e mental? Observar os sinais do corpo e perceber a tempo que algo não vai bem, é fundamental para tomar as rédeas da situação em agir em prol da saúde. 

 

Então, veja a seguir alguns dos sintomas que podem caracterizar um quadro de Burnout:

 

  • cansaço excessivo, tanto físico quanto mental;
  • dor de cabeça frequente;
  • alterações no apetite;
  • insônia;
  • dificuldades de concentração;
  • sentimentos de fracasso e insegurança;
  • negatividade constante;
  • sentimentos de derrota e desesperança;
  • sentimentos de incompetência;
  • alterações repentinas de humor;
  • isolamento;
  • fadiga;
  • pressão alta;
  • dores musculares;
  • problemas gastrointestinais;
  • alteração nos batimentos cardíacos.

 

Ao notar essas emoções e sensações no corpo e na mente, procure por atendimento médico, busque orientação e ajuda profissionais. 

 

Como Burnout afeta o coração?

 

Bem, agora que entendemos o que é a Síndrome de Burnout e quais sinais ela costuma ter, vamos à relação entre o distúrbio emocional e o coração. Como vimos logo acima, um dos sintomas é a alteração dos batimentos cardíacos, certo?

 

Pois, um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de Wake Forest, nos Estados Unidos, acompanhou mais de 11 mil pessoas e mostrou que os participantes, com altos níveis de exaustão, eram 20% mais propensos a desenvolver fibrilação atrial (também chamada de batimento cardíaco irregular ou rápido).

 

Assim, a Síndrome de Burnout pode ser associada ao aumento da ativação da resposta fisiológica ao estresse do corpo. Ou seja, quando há um estado de alerta crônico, permanente, os efeitos podem ser prejudiciais ao tecido cardíaco, causando, entre muitos males, a arritmia.

 

Coração dos jovens e os excessos

 

As doenças cardiovasculares são, quase sempre, associadas aos idosos. No entanto, quando se tratam de alterações cardíacas por estresse e má qualidade de vida, o coração dos jovens também pode sofrer as consequências. 

 

Dessa forma, a Síndrome de Burnout pode ser um gatilho que desencadeia problemas cardíacos em pessoas com menos de 40 anos. Os excessos de trabalho, de responsabilidades – como estudos e filhos, por exemplo -, além dos excessos no consumo de bebidas alcoólicas e cigarro e a falta de horas suficientes de sono, podem ser fatores de risco para casos de infartos nos mais jovens.

 

No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que, entre 2010 e 2019, houve um aumento de cerca de 59% nas internações de pessoas de até 39 anos por infarto e de 9% nas mortes. O fato se dá diante do aumento de hábitos não saudáveis que afetam, diretamente, a saúde do coração nessa faixa etária.

 

Outro aspecto que interfere na saúde física e emocional é a pandemia do Novo Coronavírus, que levou mais gente a ter complicações cardiovasculares. Em 2020, estudos mostraram que, no período de quarentena, as mortes por infarto e derrame tiveram um aumento de 31,82% no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em relação ao ano anterior. 

 

Como proteger a saúde cardíaca da Síndrome de Burnout?

 

Por fim, para que a saúde prevaleça, é fundamental adotar medidas de prevenção e proteção para que corpo e mente sejam mantidos a salvo do distúrbio emocional. 

 

As recomendações valem para o ano todo, mas no período de festas, no qual os compromissos tendem a se intensificar e a agenda passa a ficar sem espaço para o tempo livre, elas passam a ser ainda mais importantes. 

 

Vamos às dicas e orientações para cuidar do coração e da mente e, assim, viver com melhor qualidade:

 

  • reconheça o cansaço e se permita rever as tarefas assumidas;
  • coloque objetivos palpáveis tanto na vida profissional quanto pessoal;
  • tenha momentos de lazer com amigos e familiares;
  • busque por atividades novas, diferentes das que já costuma realizar na rotina;
  • vá ao cinema, assista a uma série;
  • converse com alguém de confiança sobre o que se está sentindo, expresse suas angústias;
  • faça atividades físicas de forma regular;
  • evite consumo de bebidas alcoólicas e cigarro ou outras drogas;
  • tenha uma alimentação saudável, com frutas, legumes, vegetais;
  • não se automedique ou tome remédios sem prescrição médica;
  • faça exames e consultas cardiológicas de forma regular;
  • procure sempre por atendimento profissional sejam médicos cardiologista, psiquiatras, psicólogos, nutricionistas, etc. 

 

Assim, é preciso colocar limites, respeitar e ouvir o próprio corpo e fazer escolhas mais saudáveis e seguras. 

 

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