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Coração no Inverno: O frio aumenta chances de problemas cardíacos
Coração no inverno: frio aumenta chances de arritmia e morte súbita

Quem bate? É o frio! O slogan de uma antiga propaganda ficou na memória de muitos e vem logo à mente quando os dias começam a ficar mais gelados. Os meses de junho a agosto abrigam o inverno e essa estação do ano traz, para além das temperaturas mais amenas, alterações importantes no funcionamento do sistema cardiovascular.

 

Sim, o coração sente o frio e é afetado pela queda nos termômetros. De acordo com estudos, há uma relação direta entre o inverno e o aumento significativo de casos de internações por doenças cardíacas, como arritmia, além de casos de morte súbita, decorrente de infarto do miocárdio.

 

Por isso, é preciso redobrar a atenção ao coração nesse período do ano. Acompanhe a seguir o artigo que preparamos com informações e cuidados fundamentais para atravessar o inverno de maneira saudável.

 

Mais frio, mais doenças no coração

Frio e mortalidade por doenças cardíacas têm sido tema de estudos há muitos anos. E as pesquisas apresentadas mostram a relação direta entre exposição às temperaturas mais baixas e os reflexos no funcionamento do coração.

 

De acordo com a American Heart Association (AHA), os quadros de arritmias cardíacas, morte súbita, infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC), crescem em até 25% durante esta época.

 

Em Londres, um grupo de pesquisadores do London School of Hygiene and Tropical Medicine descobriu que uma queda brusca na temperatura aumenta as chances de uma pessoa ter um infarto. Segundo os cientistas, a relação é tão estreita que a cada grau a menos em um único dia, há um aumento de 200 casos de infarto.

 

No Brasil, um estudo feito pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, entre os meses de junho e agosto, mostrou que as internações nos hospitais públicos da cidade de São Paulo por insuficiência cardíaca e infarto chegam a ser 30% maiores do que na estação do verão.

 

Inverno, arritmias e infarto

Mas por que o frio interfere no aumento de casos de doenças do coração?

Bem, com o ambiente externo mais gelado, há uma resposta natural do organismo para manter sua temperatura corporal e, para que isso ocorra, ocorre uma vasoconstrição, processo que reduz o diâmetro das artérias, causando aumento da pressão arterial.

 

Toda essa movimentação do corpo acontece para que haja compensação da perda de calor, no entanto, em alguns casos, esse ajuste no organismo dificulta a circulação regular do sangue, acarretando disfunções significativas do sistema cardiorrespiratório, como as arritmias.

E ainda tem mais. Quando está frio, os receptores nervosos da pele são ativados e enviam uma mensagem ao sistema nervoso que desencadeia uma maior liberação de adrenalina. O hormônio, por sua vez, é responsável, entre outras funções, pela contração dos vasos sanguíneos.

O estreitamento dos vasos sanguíneos, ainda que pequeno, pode causar danos graves como a ruptura de placas de gordura nas artérias que irrigam o coração e o cérebro, provocando um infarto ou um AVC.

Poluição maior no frio, mais riscos ao coração

Outro fator que colabora para o aumento de casos de doenças do coração e de morte súbita, por infarto do miocárdio, é a poluição. Isso mesmo, frio, poluição e coração estão ligados.

 

Durante os dias mais frios, com a baixa umidade, a quantidade reduzida de chuva e as frequentes inversões térmicas, temos condições que tornam mais difícil a dispersão dos poluentes no ar – como monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e outras partículas nocivas à saúde.

 

Com o ar mais carregado de substâncias tóxicas, o pulmão também fica sobrecarregado, alterando a quantidade de oxigênio presente no sangue. Como consequência, há uma modificação na frequência cardíaca e a possibilidade de arritmias cardíacas.

Gripes e resfriados afetam o coração

A dupla que marca presença no inverno pode parecer inofensiva, mas não é. Quando se trata da saúde do coração, gripes e resfriados podem ser fatores que aumentam os riscos de infarto.

A explicação está no fato de que as doenças virais podem causar inflamações no coração, capazes de romper as placas de gordura nas artérias. Afetadas pelo espaço comprometido pelas placas de gordura, as artérias terão menor espaço para a circulação do sangue.

Diante desse quadro, há chance da pessoa sofrer um infarto, em decorrência da redução do fluxo sanguíneo para o coração.

 

Então, como proteger o coração no inverno?

Aquecer o corpo e a mente é uma iniciativa importante na saúde do coração durante o inverno. Manter o corpo aquecido é uma forma de proteção para evitar as situações de aumento da pressão arterial e constrição das artérias.

Já manter a mente aquecida significa buscar por atividades e momentos de tranquilidade, de lazer e de bem-estar, fundamentais também para o bom ritmo do coração.

Além disso, é indispensável realizar o acompanhamento clínico com um Médico Cardiologista e fazer com regularidade os exames cardiovasculares capazes de detectar alterações ainda que silenciosas no coração. Somente por meio desse cuidado próximo é possível tomar medidas eficazes e seguras diante de um sinal de alerta.

Agora, vamos às dicas práticas que podem colaborar para manter o sistema cardiovascular saudável e equilibrado. Lembrando que as pessoas que já têm histórico de doenças cardíacas, devem ter os cuidados redobrados, certo?

 

·         Use roupas adequadas para estação e manter-se aquecido

Mesmo dentro de casa, é importante manter o corpo aquecido e não se esquecer dos pés e mãos.

 

·         Evite esforços repentinos ou exercícios intensos ao ar livre

Procure realizar atividades físicas moderadas e sempre com a supervisão de um profissional de educação física.

Outros cuidados importantes são evitar tirar os agasalhos mesmo se sentir calor durante os exercícios, em dias de baixas temperaturas, além de procurar respirar sempre pelo nariz, pois ele tenta aquecer o ar gelado que chega ao corpo por meio da dilatação dos vasos sanguíneos, impedindo que o ar chegue tão gelado na garganta.

 

·         Mantenha uma alimentação leve

Mesmo diante da sensação de que precisa consumir alimentos mais calóricos ou gordurosos no inverno, tente evitá-los.

 

·         Mantenha imunidade alta 

Para evitar as doenças virais no inverno que podem refletir em danos ao coração, procure manter a imunidade alta. Assim, a recomendação é tomar bastante água – no frio há redução no consumo -, dormir bem e consumir alimentos ricos em vitamina C (como laranjas e frutas cítricas), vitamina E (encontrada em grãos) e vitamina A (presentes na cenouras e abóboras).

 

·         Controle a pressão arterial com frequência 

Nos casos de pessoas hipertensas, o controle da pressão arterial precisa estar em dia, assim como os medicamentos indicados pelo Médico Cardiologista. Ao menor risco, procure por atendimento médico.

 

·         Realize check-up preventivo 

Por fim, antes mesmo do inverno dar as caras, é indicado realizar um check-up cardíaco para saber se está tudo em ordem com a saúde cardiovascular ou se é preciso iniciar algum tratamento ou cuidado mais específico. A prevenção é o caminho mais seguro.

 

Ao tomar as medidas que visam a saúde e o bem-estar, frio e coração podem conviver em harmonia. Nós aqui queremos dividir conhecimento para seu melhor viver. Confira outras informações e dicas em nosso blog.

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